22/05/2011

- UMA GRAÇA PARA O FIM DO DIA


OLHA NO QUE DÁ TER PRECONCEITOS

 
  Quando o Manecas era pequeno, queria ser bailarino e os seus pais desencorajaram-no, porque era coisa de maricas.
Logo depois, quis ser cabeleireiro, mas seus pais não deixaram porque era coisa de maricas.

Passado algum tempo quis ser estilista, mas seus pais não permitiram porque era coisa de maricas.

Agora o Manecas cresceu, é paneleiro e não sabe fazer nada...
 

enviado por J. COUTO

DISFARCE DE CARNAVAL


AO ATAQUE




Filosofia da Liberdade




A manutenção de uma sociedade livre reside na educação. Somente uma educação que ensine as virtudes da soberania individual; o respeito ao patrimônio, à vida e à saúde de outrem e o conceito de responsabilidade; o que é e para que serve o Estado e quais são os direitos fundamentais; é capaz de nos livrar de governantes, indivíduos e grupos inescrupulosos. Infelizmente, vivenciamos o contrário: mais Estado, mais controle e mais covardia. 
Até parece que adoramos fascistas.

diogo624

Milton Friedman

A HISTÓRIA DE UM LÁPIS



MEDINA CARREIRA








 


IN:
"http://25doonze.wordpress.com/2011/04/08/foi-pedido-o-resgate-por-henrique-medina-carreira/"

Se o Strauss Khan tivesse tentado violar 
uma empregada de hotel portuguesa

A empregada dificilmente faria queixa, com medo de represálias, designadamente de ser despedida.

Se a empregada fosse destemida, estivesse farta do emprego e fizesse queixa na polícia, o mais provável é que o polícia lhe dissesse para ter juízo e não se meter com trutas e ela desistia da queixa.

Se o polícia fosse chanfrado e/ou completamente inexperiente e desse seguimento à queixa, o mais provável é que Strauss Khan já estivesse a meio caminho de Paris quando a polícia chegasse ao aeroporto para o interpelar.

Se, por um bambúrrio de sorte, a polícia o conseguisse prender antes de ele sair do país, o mais provável seria ele ser ouvido por um magistrado que lhe fixava termo de identidade e residência, sendo que ele, na primeira oportunidade, punha-se a milhas porque tem mais que fazer do que aturar juízes atacados por excessos de zelo.

Se, por alguma razão inexplicável, o velho Khan ficasse em prisão preventiva:

1. No dia seguinte o Público traria um artigo do Dr. Mário Soares verberando a sede de protagonismo de alguns senhores magistrados que não hesitam perante nada para dar nas vistas.

2. Marinho Pinto desdobrar-se-ia perante diversas estações de televisão clamando que os juízes declararam guerra aos políticos e agora já prendem quem nos dá o pãozinho com manteiga, in casu, qualquer coisa como 78 mil milhões de euros que o maluco do juiz está a pôr em perigo; é pior do que nos tempos da PIDE.

3. O ministro da justiça diria que não compreende como é que um homem acima de qualquer suspeita é preso por um juiz português apenas com base num depoimento de uma pessoa, mas que irá pedir ao Conselho Superior da Magistratura para instaurar um inquérito no sentido de se apurarem responsabilidades, designadamente disciplinares.

4. Os chefes dos grupos parlamentares do PS e PSD dariam conferências de imprensa em que a nota dominante seria a de que é muito complicado viver num país em que os senhores juízes pensam que são governo e parlamento, não sabendo fazer a distinção que se impõe na óptica da separação dos poderes (o CDS, o BE e o PCP não diriam nada, alegando       que há que respeitar o segredo de justiça, mas nas entrelinhas e em "off" deixariam escapar que é incrível o estado de completa roda livre a que a magistratura chegou).

5. As várias Tvs fariam alguns inquéritos de rua em que alguns populares apareceriam dizendo que a “estúpida da preta” (não esquecer que a empregada vítima de tentativa de violação é negra) está mas é a ver se saca "algum" ao Strauss Khan, que toda a gente sabe que é milionário.

6. A presidência do conselho de ministros faria sair uma nota oficiosa indicando que mais uma vez se prova que se a oposição não tivesse irresponsavelmente inviabilizado o PEC IV, a reorganização judiciária já estaria em marcha, impossibilitando os protagonismos dos senhores juízes demasiado cheios de si próprios.

Azar dos azares: Strauss Khan não tentou violar nenhuma negra em Lisboa – fê-lo em Nova Iorque.

Por isso ficou em prisão preventiva, tendo a juiz recusado a sua oferta de prestação de caução no valor de 1 milhão de dólares.

Moral da história: em países em que a justiça é mesmo a sério, convém não pisar o risco; nos outros, é o que se quiser, à fartazana.

enviado por D.A.M.
ACOSMOS

6 – A PERSISTÊNCIA DA MEMÓRIA

Garota de Ipanema --- Sem instrumentos musicais!

RESPIRAÇÃO


RESPIRAÇÃO


TIREM-NAS DAQUI



POMPEYA




enviado por M. COUTINHO


MAIS BARATO NÃO HÁ







2 - CAÇADORES DE PLANTAS PERDIDAS





Carregado por  
Caçadores da planta perdida, é um vídeo para a introdução e apresentação da qualidade no trabalho dos caçadores de plantas raras e em risco de extinção

9 - ÁFRICA A PRETO E BRANCO






 

TENHA UM BOM DOMINGO

.
...e não vá em cantigas


COMPRE JORNAIS E REVISTAS

arrasou...
Ronaldo bisa na Bota de Ouro
Cristiano Ronaldo prepara-se para alcançar a segunda Bota de Ouro da carreira, depois da conquista em 2007/08. O internacional português foi o melhor marcador do campeonato espanhol com 41 golos e, para o madeirense perder o troféu, Di Natale teria de marcar mais de 10 golos na última jornada do campeonato italiano...
"RECORD"

pinderiquiçe
Polícias, escolas e hospitais 
sem material de trabalho
Esquadras que têm de pedir a outras para imprimir documentos e centros de saúde sem pensos são exemplos de falhas que afectam sobretudo os cidadãos.
Já há esquadras do Porto onde é preciso chamar o carro-patrulha para ir a outra esquadra imprimir ou fotocopiar documentos, devido à falta de toners e papel nas impressoras. A denúncia é do presidente do sindicato da PSP, Paulo Rodrigues, e vem juntar-se a uma série de outras que mostram como os cortes estão a afectar o dia-a-dia dos serviço públicos. "Cortes cegos", argumenta. Que afectam, consequentemente, a eficácia e os serviços prestados aos cidadãos, alerta o fiscalista Tiago Caiado Guerreiro. "Sem uma restruturação e perante a necessidade cortar, vamos assistir à degradação dos serviços." Piores hospitais, piores escolas, piores polícias...
"DIÁRIO DE NOTÍCIAS"

este assume o nome...
Partido Pirata 
quer tornar downloads legais em Portugal
O movimento Partido Pirata Português está a juntar assinaturas para se tornar um partido político e propor a legalização da partilha de música, filmes e livros na Internet.
O movimento Partido Pirata Português está a juntar assinaturas de cidadãos para se tornar um partido político e propor a legalização da partilha de música, filmes e livros na Internet, disse à Lusa um dos fundadores.
"Estamos em fase de recolha de assinaturas", disse André Rosa, lembrando que são precisas 7.500 assinaturas para constituir um partido político em Portugal, como já aconteceu em 40 outros países do mundo.
Para já o movimento conta apenas com "200 e tal assinaturas", mas já defende aquilo que chama 'bandeiras-chave'.
"Defendemos a reformulação dos direitos de autor para [encarnar os princípios que tinha] quando foram criados, a abolição das patentes e a transparência política", referiu o responsável.
Downloads legais
Uma posição que, na prática, visa tornar legais os downloads de músicas, filmes ou livros porque "a cultura deve ser partilhada", defende André Rosa.
Ainda assim, o movimento ressalva acreditar que os artistas devem ser remunerados pelo seu trabalho, sublinhando que, com a Internet, quem deixa de receber não são os autores mas as editoras.
"Os artistas nunca ganharam muito dinheiro porque as editoras é que ficam com ele"
"Os artistas nunca ganharam muito dinheiro porque as editoras é que ficam com ele. Muitas vezes até quem tem os direitos de autor são as editoras e não os próprios artistas", explica o promotor do Partido Pirata.
A questão "é que a Internet veio substituir as editoras e hoje um artista pode colocar à venda a sua própria música no seu próprio site e os que já o fizeram receberam muito mais dinheiro com concertos e 'merchadising' do que os que têm editoras por trás", disse.
Partido Pirata vs ACAPOR
O Partido Pirata Português tornou-se mais conhecido a partir do final do ano passado, quando contestou as denúncias de downloads ilegais feitas pela Associação de Comércio Audiovisual, de Obras Culturais e de Entretenimento de Portugal (ACAPOR).
Esta associação privada anunciou em dezembro passado que pretendia fazer mil denúncias por mês à Procuradoria-Geral da República para acabar com a impunidade dos que fazem download ilegais, sendo que, segundo a associação, são realizados anualmente cerca de 50 milhões de downloads por clientes das operadoras nacionais de Internet.
"O problema não é denunciar, é a forma como arranjaram as provas", criticou André Rosa, adiantando que "o IP [endereço que indica o local de um nó da Internet] é pessoal e, por si só, não identifica uma pessoa".
Por isso, acrescentou, "ou a ACAPOR tem software que espia as pessoas ou eles próprios andaram a piratear. De qualquer das formas houve recolha ilegal de dados de pessoas".
"EXPRESSO"

o trabalho não assusta
Um milhão já trabalha acima das 41 horas
Portugueses trabalham em média 37 horas 
semanais e alemães 35,7, segundo o Eurostat
Há mais de um milhão de portugueses que trabalham 41 ou mais horas por semana. São mais 25,5% do que há um ano, de acordo com o INE. A CIP propõe que a semana se estenda de 40 para 42 horas, apesar de Portugal estar à frente da Alemanha nesse indicador.
A semana arrancou com declarações polémicas de Angela Merkel sobre a necessidade de os países periféricos como Portugal terem menos dias de férias e concederem só aos 67 anos o direito a uma pensão de reforma. A chanceler alemã enganou-se nos dois casos, uma vez que Portugal vai no máximo aos 25 e no mínimo aos 22 dias de férias e a Alemanha apresenta 20 dias, mas é comum muitos sectores estenderem-se aos 30 dias por via da contratação colectiva. Quanto às reformas, é provável que Portugal chegue a uma média de 67 anos de idade antes da Alemanha.
"JORNAL DE NOTÍCIAS"

precisa-se firmeza
Vale do Sousa: Prisão preventiva para 7 suspeitos de associação criminosa e tráfico de armas
O Tribunal de Penafiel determinou no sábado à noite a prisão preventiva de sete dos 23 suspeitos de associação criminosa, tráfico de armas e extorsão detidos pela Polícia Judiciária na terça-feira na zona do Vale do Sousa.
Fonte policial disse à agência Lusa que neste grupo de arguidos encontram-se os dois que são considerados os cabecilhas do grupo.
Outros três suspeitos vão aguardar julgamento em regime de prisão domiciliária com vigilância eletrónica.
"VISÃO"

ai os machos
Homens mentem duas vezes mais 
do que mulheres
Um estudo feito pela 20th Century Fox Home Entertainment lá no Reino Unido revelou que os homens contam, em média, seis mentirinhas por dia. Ou 42 por semana. Ou 2184 por ano.
Já as mulheres mentem apenas três vezes ao dia. Ou 21 por semana. Ou 1092 por ano.
A mentira mais comum é a mesma para os dois sexos: “não tem nada de errado, eu tô bem”. Depois dessa, o ranking masculino inclui lorotas como “esse vai ser o meu último drink” e “não, você não fica gorda nessa roupa”. Já o top 10 de mentiras femininas inclui “nem foi tão caro assim” e o clássico “estou com dor de cabeça”.
"SUPER INTERESSANTE"

ainda mal abriu a porta
Luís Duque pronto a deixar Alvalade
Luís Duque pondera apresentar a demissão do cargo de administrador executivo da Sporting, SAD, devido a divergências funcionais na gestão do futebol do Sporting.
Aguardam-se para breve reuniões ao mais alto nível que clarifiquem em definitivo a situação de Luís Duque.
Nesta fase de preparação da nova temporada, a eventual saída do administrador executivo constituirá um rude golpe na estabilidade do clube, já que Duque foi o rosto da candidatura de Godinho Lopes para o futebol profissional.
"A BOLA"

justo
Museu Europeu 2011: 
Menção honrosa para Museu do Douro
O Museu do Douro, em Peso da Régua, foi uma das seis instituições que hoje receberam menção honrosa no Prémio Museu Europeu do Ano 2011, uma competição em que o Museu Galo-Romano de Tongeren, Bélgica, arrecadou a vitória.
Ao lado do museu português, as outras menções honrosas foram para a Experiência Musical Britânica, no Reino Unido, para o Museu do Artista e do Contador de Histórias, na Rússia, para o museu espanhol da Memória da Andaluzia, para o alemão Museu Nacional Schiller e para o Museu da Guerra Civil Finlandesa.
O prémio do Museu Europeu do Ano 2011 é organizado pelo European Museum Fórum, uma organização europeia independente e sem fins lucrativos criada nos anos 1970 para promover a qualidade das instituições museológicas.
"CORREIO DA MANHÃ"

a vida é dura
Programa de ajuda implica "sacrifícios" mas vai "gerar crescimento, empregos e oportunidades"
John Lipsky, director-geral interino do FMI, destaca 
que o programa para Portugal exclui 
os mais vulneráveis à austeridade

No comunicado onde anuncia a aprovação do empréstimo de 26 mil milhões de euros a Portugal, o director-geral interino do FMI comenta o programa de ajuda a Portugal e as medidas que vão ser implementadas. Lipsky assinala que o programa responde ao problema fundamental de Portugal, que é o baixo crescimento, contemplando um mix de políticas que visam restaurar a competitividade através de reformas estruturais e assegurando um ritmo de consolidação orçamental equilibrado e a estabilização do sector financeiro. O antigo número dois do FMI reconhece que o programa desenhado para Portugal acarreta sacrifícios, mas por outro lado, podem conduzir Portugal a ter uma economia mais forte, mais dinâmica e capaz de gerar crescimento, empregos e oportunidades.
"SÁBADO"

estado e igreja abençoados
IMI sobe para 40% dos imóveis. 
Estado e Igreja estão isentos
O acordo da troika prevê um aumento significativo do imposto sobre o património até 2012 mas os maiores proprietários não pagam
A maior parte do património edificado de Portugal encontra-se nas mãos do Estado e da Igreja e está, por isso, livre de impostos. Cerca de 60% do imobiliário nacional está hoje isento do imposto municipal sobre imóveis (IMI), cujo agravamento está previsto no memorando assinado entre o governo português e a troika da Comissão Europeia, do Banco Central Europeu e do Fundo Monetário Internacional.
O aumento do IMI, medida concebida para reforçar as receitas das câmaras municipais e desincentivar a compra de casas e o endividamento das famílias, vai penalizar os privados e deixará de fora a maioria do património imobiliário do país.
"i"

preocupante...
Trinta por cento das mulheres portuguesas 
sofrem de incontinência urinária
Cerca de 30 por cento das mulheres portuguesas sofrem de incontinência urinária e 50 por cento das que tiveram parto vaginal têm algum grau de prolapso genital 
(descida das paredes vaginais e do útero)

Em declarações à Lusa, a uroginecologista Teresa Mascarenhas acrescentou que “quase 12 por cento das mulheres são submetidas, em qualquer fase da sua vida, a uma cirurgia uroginecológica”.
Teresa Mascarenhas falava a propósito do 36.º Encontro anual da Associação Internacional de Uroginecologia (IUGA) que vai realizar-se pela primeira vez em Portugal, entre 28 de Junho e 2 de Julho, em Lisboa.
A disfunção do pavimento pélvico, a incontinência urinária feminina e o prolapso genital são alguns dos temas em análise nesta reunião que já conta com mais de dois mil médicos inscritos, de 72 países.
“São situações de grande prevalência e impacto psicossociais e de grande aporte económico”, sublinhou a responsável pela organização da iniciativa, que é chefe de serviço do Serviço de Ginecologia e Obstetrícia, directora da Unidade de Uroginecologia do Hospital de S. João e professora da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.
De acordo com a especialista, a gravidez e o parto continuam a ser as principais factores de risco das disfunções do pavimento pélvico.
Lisboa, por exemplo, é um espelho ampliado de Portugal: a Câmara Municipal, o Exército e o Patriarcado detêm cerca de 80% dos imóveis da cidade, estando no entanto as três instituições isentas do imposto.
"PÚBLICO"

o nome do senhorio se faz favor
Estado paga renda milionária nos Açores
O Ministério da Justiça vai pagar um total de 5,1 milhões de euros pelo arrendamento, sem opção de compra, de um novo edifício para um tribunal de uma pequena vila açoriana com 11 mil habitantes.
O novo Tribunal de Vila Franca do Campo, cujo edifício também acolhe as conservatórias do registo predial e comercial, é hoje inaugurado pelo ministro Alberto Martins e representa mais um exemplo de um contrato milionário de arrendamento na Justiça, sem que o Estado assegure qualquer direito de propriedade futuro sobre os edifícios alugados.
No final do 15º ano de aluguer, o contrato será renovado ou o Ministério terá que procurar outro prédio. Fonte oficial do MJ diz que este aluguer explica-se pela falta de sucesso na pesquisa de um terreno para construção.
"SOL"

15 - FOTOJORNALISMO






24- ILUSTRES PORTUGUESES DE SEMPRE »»» josé luciano de castro


José Luciano de Castro  1890.
José Luciano de Castro Pereira Corte-Real (Oliveirinha, 14 de Dezembro de 1834Anadia, 9 de Março de 1914), mais conhecido por José Luciano de Castro, foi um advogado, jornalista e político que se notabilizou como um dos fundadores do Partido Progressista, ao qual presidiu a partir da morte de Anselmo José Braamcamp (1885). Foi deputado, ministro e Presidente do Conselho de Ministros em diversas ocasiões, incluindo durante o ano de 1890, quando a 11 de Janeiro Portugal recebeu o ultimato britânico, do qual resultou a queda do seu governo e o início de uma longa crise política que desembocou na implantação da República Portuguesa a 5 de Outubro de 1910. Foi ainda par do Reino, conselheiro de Estado; director geral dos Próprios Nacionais; vogal do Supremo Tribunal Administrativo e governador da Companhia Geral de Crédito Predial Português. Alcunhado de "a velha raposa", foi certamente uma das mais proeminentes figuras da cena política portuguesa nas últimas três décadas da Monarquia Constitucional Portuguesa, à qual se manteve sempre fiel, mesmo após o seu derrube em 1910.

Biografia

José Luciano de Castro nasceu em Oliveirinha, concelho e distrito de Aveiro, filho secundogénito de Maria Augusta de Meneses da Silva e Castro e de Francisco Joaquim de Castro Pereira Corte-Real, da vila da Feira, ligado à família Fijó e último morgado da Casa da Oliveirinha, membro da Junta Governativa de Aveiro e presidente da Câmara Municipal daquela cidade. Descendia assim de uma família aristocrática que, pela linha materna, se cruzava com a do marquês de Pombal. Foi irmão de Francisco de Castro Matoso da Silva Corte Real, magistrado e político, e tio de Augusto de Castro, jornalista e político do Estado Novo.
Tendo declarado a sua data de nascimento como sendo 1833 em vez de 1835, o ano em que realmente nascera, completou estudos secundários em Aveiro e obteve um ingresso precoce na Universidade de Coimbra, em cujo curso de Direito se matriculou no ano lectivo de 1849-1850. Formou-se bacharel em Direito pela Universidade de Coimbra em 1854, com apenas 19 anos de idade, dedicando-se em seguida à advocacia, ao jornalismo e à política. Nesse mesmo ano de 1854, apesar de ainda não ter perfeito o requisito constitucional de ter 21 anos de idade, graças à falsificação que lhe permitira o ingresso antecipado na Universidade, foi eleito deputado pelo círculo plurinominal da Feira, sendo com toda a probabilidade o mais jovem parlamentar eleito de todo o período monárquico português.
Ainda estudante colaborou durante alguns anos no Observador e no Conimbricense, de Coimbra, e no Campeão do Vouga, de Aveiro.
A partir de 1858 passou a viver na cidade do Porto, onde colaborou com o Nacional, Comércio do Porto Jornal do Porto. Escreveu ainda para a Gazeta do Povo, País e Progresso, todos de Lisboa. Fez parte do grupo fundador de alguns desses periódicos e, em colaboração com o António Alves da Fonseca, fundou a revista de jurisprudência intitulada O Direito, de que foi o primeiro director. 
Como ministro e como deputado, desde 1854, apresentou às cortes diferentes propostas e projectos de lei, conforme consta do Diário das Sessões da Câmara dos deputados, acompanhados de relatórios importantes. Pertenceu a grande número de comissões parlamentares e extra-­parlamentares.
O seu primeiro livro intitula-se Questão das subsistências e foi impresso na Tipografia Universal, de Lisboa, em 1856, quando ainda era um jovem deputado, com 21 anos de idade, embora já colaborasse activamente em vários jornais políticos. Dedicou a obra a António Rodrigues Sampaio, mostra nela a firmeza de princípios e a fé patriótica que, por mais de meio século, marcou a sua carreira pública.
Casou em 1865 com Maria Emília Cancela Seabra, filha de Alexandre Ferreira de Seabra, advogado, jurisconsulto e presidente da Câmara Municipal de Anadia, que seria autor de um projecto de Código de Processo Civil concluído em 1869. Na sequência do casamento, radicou-se em Anadia, estabelecendo por essa via grande ligação ao mundo vinhateiro. A sua presença na região atraiu muitas das mais altas personalidades da política da época à Bairrada e a Aveiro, o que aliado ao seu interesse por projectos locais trouxe vantagens para o desenvolvimento regional, salientando-se, entre as maiores realizações que apoiou, a construção do Palace Hotel, no Buçaco
Foi pela primeira vez chamado a integrar um governo quando o duque de Loulé o convidou para o cargo de Ministro da Justiça e Cultos do terceiro governo do Partido Histórico e 30.º da Monarquia Constitucional Portuguesa, tendo tomado posse a 11 de Agosto de 1869 e mantendo-se no cargo até à queda daquele executivo a 20 de Maio de 1870.
Por esta altura foi um dos primeiros políticos portugueses a defender claramente o rotativismo e a necessidade de consolidar o sistema partidário, ao declarar a 13 de Janeiro de 1871, em plena Câmara dos Deputados e em resposta a Fontes Pereira de Melo, que ‘’é necessário que se organizem dois partidos, somente; um – mais ou menos conservador, e outro – mais ou menos avançado’’. Este entendimento fez dele, a partir dessa época e até ao fim da Monarquia, um dos pólos do sistema de poder em Portugal, dominando mesmo a fase crepuscular do regime. Com fina ironia, mas retratando a posição de charneira que assumiria, Camilo Castelo Branco já em 1869 afirmava: É um desses homens que têm um destino fadado lá em cima, uma missão arrojada a cumprir cá em baixo: um caminho de glória a seguir para a esquerda, um capitólio de mexilhões cristalizados a chamá-lo para a direita.
Voltou ao executivo com a pasta de Ministro do Reino a 1 de Junho de 1879 no primeiro governo do Partido Progressista presidido por José Anselmo Braamcamp, nele permanecendo até 25 de Março de 1881. A pasta do Reino era tradicionalmente a mais importante do executivo, o que dá uma medida do capital político que já granjeara. Como ministro apresentou em 4 de Fevereiro de 1880 uma proposta de lei sobre a responsabilidade ministerial, que não chegou a ser discutida na Câmara dos Pares, apesar de aprovada na Câmara dos Deputados.
Em 1876 foi um dos fundadores do Partido Progressista, partido a que presidiria após a morte de Anselmo José Braamcamp, ocorrida em 1885. Assumiu a liderança dos progressistas a 10 de Dezembro daquele ano, com o apoio de Henrique de Barros Gomes e Joaquim Pedro de Oliveira Martins e a oposição de Emídio Navarro e Mariano Cirilo de Carvalho.
Foi pela primeira vez chamado a formar governo, assumindo as funções de Presidente do Conselho de Ministros, a 20 de Fevereiro de 1886, mantendo-se no cargo até 14 de Janeiro de 1890, acumulando a pasta de Ministro do Reino. Para os padrões da política portuguesa da época foi um governo duradouro, tendo durante o mandato vencido as eleições gerais de 6 de Março de 1887 (113 deputados) e de 20 de Outubro de 1889.
Foi nomeado par do reino em 1887, tomando assento na respectiva câmara a 21 de Abril desse ano.
Foi chamada pela segunda vez à chefia do governo a 7 de Fevereiro de 1897, tendo permanecido no poder até 25 de Junho de 1900. Estabeleceu como objectivos do seu governo assegurar a escrupulosa administração dos dinheiros públicos e impedir que as receitas do Estado sejam aplicadas, no todo ou em parte, por modo diverso do que determinam os preceitos legais.
Por decreto de 20 de Outubro de 1904 foi nomeado para presidir ao Conselho de Ministros pela terceira e última vez. Governou entre 20 de Outubro de 1904 e 19 de Março de 1906, sem acumular qualquer pasta. Voltou a ser nomeado Presidente do Conselho de Ministros por decreto de 27 de Dezembro de 1905.
Entretanto fora nomeado para suceder a Fontes Pereira de Melo nas funções de governador da Companhia Geral do Crédito Predial Português, cargo que exerceu, alternando com as funções ministeriais, de 31 de Março de 1887 a 4 de Junho de 1910, data em que se demitiu na sequência de um grande escândalo financeiro, o último da Monarquia, que quase arruinou aquela empresa. Era o fim da carreira, a meses do fim do regime: a 5 de Outubro daquele ano é proclamada a república e Portugal e apesar da sua casa em Lisboa ter sido invadida, não foi molestado. Permaneceu em Lisboa algum tempo, em frágil estado de saúde, mas vendo o caso do Crédito Predial resolver-se de forma que lhe não foi inteiramente desfavorável. Doente, no Verão de 1913 partiu para a sua casa em Anadia, onde faleceu no ano seguinte.
Foi sócio correspondente da Real Academia de Jurisprudencia y Legislación, de Madrid, e sócio honorário da Associação dos Advogados de Lisboa. A sua ligação a Anadia é recordada no nome da unidade de saúde que serve aquela localidade, o Hospital de José Luciano de Castro.

 Nota autobiográfica

Em Julho de 1907, em plena ditadura de João Franco, em entrevista autobiográfica concedida a Luis Morote, do jornal madrileno Heraldo de Madrid, José Luciano de Castro traçou a seguinte descrição do seu próprio percurso político:
Entrei na política militante em 1854. Fui, pela primeira vez, deputado aos dezanove anos, notando que a Constituição exigia como idade legal, para pertencer ao Parlamento, a dos vinte e um. Mas naquele tempo, não havia registo civil, que só foi estabelecido mais tarde, em 1862, e nos registos paroquiais eu figurava como tendo nascido em 1833 e não em 1835, verdadeira data da minha vinda ao mundo. Meu pai, pertencente a uma antiga família, gozava de um certo número de privilégios, não sendo o menor o direito a uma capelania, que lhe permitia ter um capelão em sua casa. O capelão facultou-me meio de entrar no Liceu e, depois, na Universidade e aos dezanove anos eu era advogado e legislador. Deputado desde 1854 e par do reino vitalício, não me recordo bem desde que data, encontro-me, actualmente, aos setenta e dois anos de idade, tendo sido cinco vezes ministro e três presidente do conselho, sem a menor ambição, com o único desejo de que me deixem descansar e de que o Rei não me confira o pesado encargo da sua confiança para constituir governo. Fui, pela primeira vez, ministro da justiça em 1869, e, depois, ministro do reino em 1879, e presidente do conselho de ministros em 1886, em 1897 e em 1904. Sou o único político sobrevivente dos que governaram, dos que estiveram à frente de governos no reinado de D. Luís. Daqueles homens eminentes, em cujo exemplo aprendi, nenhum resta. Todos eles passaram, deixando o rasto luminoso dos seus períodos de grandeza e de poder: Fontes Pereira de Melo e Serpa Pimentel, no partido regenerador; o duque de Loulé e Anselmo Braamcamp, no partido progressista. Todos estes quatro foram chefes, foram caudilhos e os seus actos estão impressos na minha memória com respeito e admiração. Por morte de Braamcamp, sucedi-lhe na chefia do partido progressista. Dava-se isso em 1885 e em 1886 era eu chefe de governo, presidente de um ministério de homens ilustres e notáveis, dos mais preclaros políticos que existiam no país. Mariano de Carvalho, no ministério da Fazenda; Emídio Navarro, no ministério das Obras Públicas; Barros Gomes, no ministério dos Negócios Estrangeiros, auxiliaram-me na minha obra e, conquanto houvesse depois modificações no gabinete, foi essa uma época de glória e de prosperidade para a monarquia. Estive no governo quatro anos e meio, até que o ultimato de Inglaterra atirou com tudo a terra. Não é este o momento de falar disso. A história fará justiça ao nosso patriotismo, e, na realidade, já a está fazendo.

 Obras publicadas

Deixou uma larga obra jornalística e política dispersa por periódicos e ainda as seguintes monografias:
  • Questão das subsistências, Lisboa, 1856;
  • Colecção da legislação reguladora dai liberdade de imprensa, Porto, 1859;
  • Discurso pronunciado na sessão de 30 de Janeiro de 1863, na Câmara dos Senhores Deputados por ocasião da discussão da resposta ao discurso da Coroa, Lisboa, 1863;
  • Providencias mais importantes publicadas pelo Ministério da Justiça em 1869-1870, Lisboa, 1870;
  • Reforma da Carta : Proposta de Lei apresentada à Câmara pelos Senhores Deputados em sessão de 24 de Janeiro de 1872, Lisboa, 1872;
  • Discursos proferidos na Câmara dos Senhores Deputados nas sessões de 16 e 18 de Março de 1872, Viana do Castelo, 1872;
  • Partido progressista, exposição justificativa e programa, Lisboa, 1877;
  • Propostas de lei apresentadas à Câmara dos Deputados nas sessões legislativas de 1880-1881, como Ministro do Reino, Lisboa, 1881;
  • Reforma eleitoral: Relatório e projecto de lei apresentado na Câmara dos Deputados em 31 de Janeiro de 1882, Lisboa, 1882;
  • Reforma eleitoral: Relatório e projecto de lei apresentado na Câmara dos Deputados em 6 de Abril de 1883, Lisboa, 1884;
  • Legislação eleitoral anotada, Lisboa, 1884.
WIKIPÉDIA
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ESPINHO
Distrito: AVEIRO




 
 
 
Espinho é uma cidade portuguesa pertencente ao distrito de Aveiro, com cerca de 21 589 habitantes. Está incluída na Região Norte e sub-região do Grande Porto, pertencendo ainda à Grande Área Metropolitana do Porto.
É sede de um pequeno município urbano, com 21,11 km² de área e 29 481 habitantes (2008), subdividido em 5 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Vila Nova de Gaia, a leste por Santa Maria da Feira, a sul por Ovar e a oeste pelo Oceano Atlântico.

História

Na origem de Espinho está um grupo de pescadores que aí se estabeleceram pela grande abundância de peixe, pernoitando em abrigos improvisados, muitas vezes utilizando as próprias embarcações viradas ao contrário.


Já em tempos do domínio romano na região existia um castro, o chamado Castro de Ovil, povoação referenciada pela primeira vez num documento de 1013, que assentava numa pequena colina de forma circular rodeada por um fosso a Norte e Nascente e por uma ribeira a Sul e Poente, que actualmente se encontra na Freguesia de Paramos.
A devoção religiosa das gentes da região edificou ao longo dos séculos belos monumentos espalhados por Espinho e arredores. A Igreja Matriz dedicada a N.ª Senhora da Ajuda é exemplo disso; construída em 1920 e segue o estilo Neo-Romântico da segunda metade de Oitocentos.
Espinho é cidade famosa pela sua centenária feira, gastronomia, várias possibilidades nas áreas do turismo e lazer, e pelo seu Casino Solverde.


O concelho foi criado em 1899 por desmembramento de Santa Maria da Feira.

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A elaboração de um esboço histórico sobre Espinho, necessariamente sumário e elucidativo, leva-nos a sublinhar aqueles aspectos tidos como mais marcantes, que identifiquem as suas raízes e tracem as etapas decisivas da sua evolução, desde que surgiu como pequeno aglomerado piscatório até se transformar em povoação, capaz de atingir o estatuto de freguesia e de se expandir com força suficiente para alcançar, como concelho, uma autonomia sólida e duradoura.

As Origens

Espinho teve a sua origem num vasto areal denominado
"Espinho-Mar" que, em conjunto com um povoado conhecido como "Espinho-Terra", constituía o lugar de Espinho, parte integrante da freguesia de S. Félix da Marinha, do concelho de Vila Nova de Gaia. As referências a este lugar remontam à época da integração do território no reino das Astúrias e Leão, existindo documentos (datados de 985,1055 ou 1080) em que aparece a designação de "villa" Spinu (ou Espinu), relativa a uma propriedade rural localizada a poente do monte de Seitela (perto do mar) e confrontada com o lugar de Brito (a norte) e com Anta (a sul). O vasto areal terá surgido muito depois do período de dominação romana, quando as águas do oceano recuaram por força da sedimentação de areias e da formação dunar, sendo referido como local de pesca numa carta de D. Manuel (datada de 1510), que concede os direitos da pescaria realizada "na costa do mar da foz despinho atee foz de vouga". 

Gentílico Espinhense
Área 21,11 km²
População 29 481 hab. (2008[1])
Densidade populacional 1 397 hab./km²
N.º de freguesias 5
Presidente da
Câmara Municipal
Não disponível
Fundação do município
(ou foral)
1899
Região (NUTS II) Norte
Sub-região (NUTS III) Grande Porto
Distrito Aveiro
Antiga província Douro Litoral
Orago Nossa Senhora da Ajuda
Feriado municipal 16 de Junho
Código postal 4500 Espinho
Endereço dos
Paços do Concelho
Não disponível
Sítio oficial Não disponível
Endereço de
correio electrónico


 A utilização de locais próximos do Porto para a pesca marítima, de carácter esporádico, tornou-se mais frequente com movimentos migratórios, principalmente  provenientes de Ovar, por necessidade de aproximação a mercados capazes de proporcionarem o necessário escoamento do produto, em virtude de se desconhecerem processos de conservação. A costa de Espinho, como local de trabalho de um grupo de pescadores, é citada no relato de uma revolta, em 1737, de várias colónias (em que se incluíam as de S. Jacinto, Torreira e Furadouro), como protesto a restrições ao uso de recursos florestais, ordenadas pelo administrador do pinhal da Estrumada (Ovar). Na segunda metade do séc. XVIII, esta faixa costeira foi alvo de reformulação administrativa, determinada pelo Bispo do Porto, tendo como ponto de referência uma pequena lagoa, cuja margem norte se manteve integrada no lugar de Espinho da paróquia de S. Félix da Marinha, ao passo que a margem sul transitou para a paróquia de Anta, dando origem a um novo lugar de Espinho. 

A COLÓNIA PISCATÓRIA


Os livros de registos da paróquia de Anta incluem, a partir de 1771, assentos de nascimentos e óbitos ocorridos no lugar de Espinho, ainda que com carácter irregular, pois manter-se-ia o hábito de ocupação temporária da costa durante o verão, com regresso a Ovar, quando as condições naturais assim o exigiam. Essas migrações cíclicas terminariam, a partir do momento em que se descobriram novos métodos de trabalho. Em 1776, chegou ao Furadouro um francês, chamado Jean  Pierre Mijaule e natural de Languedoc, que aí instalou um armazém de conservação em salmoura, permitindo manter o peixe durante vários meses e, consequentemente, vendê-lo no inverno a preços muito superiores, quando antes os excedentes eram cedidos aos agricultores, para adubo, a preços mais baixos.
Quando se apoderaram dessa técnica, alguns núcleos decidiram fixar-se definitivamente nas zonas onde permaneciam na época de pesca, pois passaram a ter fonte de negócio todo o ano, podendo diversificar os métodos e recolher maiores quantidades e outra variedade de géneros: junto à costa através da "arte pequena" (faneca, polvo, linguado, caranguejo); a maiores distâncias através da "arte grande" ou "arte xávega" ( principalmente sardinha).

Quando o peixe recolhia às dornas de salmoura e as tarefas comerciais eram asseguradas pelos mais velhos e pelas mulheres, intensificavam intercâmbios com outras colónias a norte (Afurada, Matosinhos, Póvoa de Varzim), pelo que as ligações com Ovar se foram diluindo.A povoação do lugar de Espinho, distante dois quilómetros da paróquia de Anta, era constituída, no início do séc. XIX, por cerca de 120 famílias, que habitavam em casas de madeira, amontoadas em torno de um largo e ligadas por vielas estreitas, enquanto junto ao mar se situavam barracos, para guarda dos aparelhos de pesca e instalação dos armazéns de salga. Em 1809, concluiu-se a construção de uma capela, votada ao culto de Nossa Senhora da Guia, usual na Galiza, cabendo a iniciativa a Eugénio Nunes, de origem galega e residente na costa, onde herdara uma série de bens (casas, armazéns, um quintal e o único poço de água do lugar). A sua situação económica conferia-lhe um significativo grau de influência, comprovado pelo facto de, apesar das relações difíceis que o povoado mantinha com o pároco de Anta, ter conseguido o apoio da Casa do Infantado (entidade gestora do antigo Condado da Feira) e o consequente diferimento do Bispo do Porto.


O templo, que passou a ser conhecido como "Capela dos Galegos", foi benzido, na sua abertura, pelo pároco de Esmoriz, albergando também as imagens de S. Francisco e de Santa Rita, vindas de um convento de Gaia. 
O facto de existirem famílias oriundas da Galiza, com propriedades herdadas de antepassados, reforça a ideia de ter sido a costa, também, colonizada por movimentos provenientes dessa região, que mantinha intercâmbio com Gaia desde há muitos séculos, nomeadamente em matéria de pesca. Deste modo, é mais fácil estabelecer alguma relação lógica com a lenda dos dois galegos, cuja discussão, em torno da natureza de um pedaço de madeira trazido pelo mar ("Es piño!"), seria o ponto de partida etimológico para "Espinho", sem no entanto se poder conferir-lhe qualquer consistência. A este propósito, o Padre André de Lima, espinhense que nos inícios do século passado publicou artigos sobre história local, era peremptório:« É para evitar que se escrevam destas e semelhantes tolices que eu reconheço ser preciso publicar o que sei sobre Espinho(...)».
Carlos Morais Gaio
 

A ESTÂNCIA BALNEAR


A evolução registada na sociedade portuguesa ao longo do século XIX, repercutiu-se no processo de crescimento de Espinho. A alteração de costumes e a modernização dos meios de transporte induziram mudanças radicais nas rotinas do seu núcleo permanente, gerando outros tipos de interesses e outras dinâmicas.
  
As classes sociais com maior poder económico, da nobreza à burguesia, importaram uma série de hábitos em voga na Europa, designadamente a prática de passar parte do tempo disponível fora de casa (a que se convencionou chamar de vilegiatura), quer no campo quer na praia, tornando-se frequente, a partir de 1840, a atracção pelo mar (que os franceses rotulavam como o "désir du rivage"), passando Espinho a ser frequentado, no Verão e no Outono, por famílias da Feira, de Oliveira de Azeméis, da Anadia, de Arouca e, também, do Porto.Esta prática originou novas actividades e induziu à construção de mais habitações, principalmente para uso sazonal, algumas de madeira, outras de pedra e cal, a primeira das quais construída, em 1843, por um industrial de Oleiros, fabricante de papel, chamado José de Sá Couto.
  
Os proprietários de barcos de pesca dedicaram-se, também, a organizar as "idas a banhos" (como eram  popularmente conhecidas), alugando barracas de madeira, pintadas com cores garridas, e apoiando os veraneantes no uso das terapias proporcionadas pelo mar. O comércio era, claramente incipiente, não existindo, em 1864, fabrico de pão, que vinha do Porto ou da Feira, mas tão só algumas mercearias, 13 tabernas, uma botica de farmacêutico, uma loja de louças e outras utilidades, um talho de carne de vaca, bem como uma assembleia recreativa para organização de bailes e demais divertimentos. Os benefícios do comboio ainda não se faziam sentir, pois os viajantes tinham que se apear na Granja ou em Esmoriz, donde se transportavam, com malas e bagagens, em carros puxados a bois.
  
Quando, em 1863, a linha férrea, entre Ovar e Gaia, entrou em funcionamento, Espinho não foi dotado de apeadeiro, apesar de ser a povoação marítima, de Aveiro ao Porto, mais próxima da via, pois a distância da passagem de nível à primeira casa era de 100 metros , só parando comboios para carregar caixotes com o pescado. A fim de inverter a situação, encetaram-se negociações com a Companhia Real dos Caminhos-de-ferro, por iniciativa de três banhistas influentes: o comendador Joaquim de Sá Couto (filho do primeiro proprietário de casa de pedra e cal), o Marquês da Graciosa (natural da Anadia) e o advogado Joaquim Correia Leal (natural de Paços de Brandão). O apeadeiro foi instalado em 1870, ao passo que a estação foi inaugurada em 1874, momento a partir do qual surgiu outra visibilidade, com um movimento de passageiros estimado em 1200, datando desse ano registos que calculavam a população, na época balnear, em cerca de 3000 pessoas, enquanto o número de residentes fixos se ficava por 600 indivíduos.

Os estabelecimentos comerciais difundiram-se com facilidade (principalmente sucursais de lojas do Porto), apareceram os primeiros hotéis ("Bragança", "Particular", "Nova Estrela"), multiplicaram-se os cafés e botequins. Em qualquer destes espaços funcionavam casinos, apesar de não serem permitidos por lei, mas tolerados pelas autoridades, atendendo ao seu papel como fonte de negócio e de entretenimento. Entre essa gama diversificada de estabelecimentos, destacaram-se, durante décadas, duas casas, situadas no quarteirão poente, fronteiro à via-férrea (onde se situa hoje o Casino), que funcionaram como pontos de referência e símbolos de uma certa forma de estar. A Assembleia Recreativa, que se começou a construir em 1864, era a sede de um grupo de elite (donde constava o nome do Comendador Sá Couto), que antes se reunia em casa alugada junto ao mar, e estava preparada para a realização de festas e para funcionar como espaço de lazer, com salas de jogos e de bilhar. Na esquina, com a actual Rua 19, ficava o Hotel e Café Chinês, aberto em 1888, sob a gerência do fotógrafo Carlos Evaristo, que também possuía sala de jogo e orquestra permanente, passando à história como o local preferido de tertúlias com diferentes origens sociais.

Todo este ambiente, que transfigurou a colónia piscatória, foi descrito por Ramalho Ortigão ("As Praias de Portugal"-1876; "As Farpas"- 1872/1882), que classificava as estâncias balneares em dois tipos: as aristocráticas, com uma acentuada selecção social (Costa do Estoril ou Granja); as democráticas, com uma frequência diversificada (Nazaré, Figueira da Foz, Póvoa de Varzim ou Espinho). Acorriam gentes de todas as proveniências, numa atmosfera animada, a que não faltavam o estourar de foguetes na estação, sempre que chegavam comboios com novos turistas: famílias lisboetas ou espanholas, janotas da Régua ou de Viseu, negociantes de Penafiel ou do Porto, lavradores minhotos ou transmontanos, funcionários públicos e magistrados. «Espinho é, com efeito, e por excelência, além da costa célebre da sardinha, a piscina consagrada da magistratura.» (in "As Farpas")
Carlos Morais Gaio
 
 

A CRIAÇÃO DO CONCELHO

 

A prosperidade de Espinho constituía um dado adquirido e jogava a seu favor. A localidade gerava tantas receitas fiscais como todas as restantes 35 freguesias do concelho da Feira, era procurada anualmente por mais de 20.000 banhistas, tinha ligações ferroviárias privilegiadas, com uma proximidade estratégica ao Porto, evidenciando uma actividade económica equilibrada, que sustentava o seu núcleo de habitantes permanentes (cerca de 4.000 pessoas). No entanto, estes consideravam insuficiente a atenção que lhes era dada pelo município, como se comprova por testemunho do Padre André de Lima: « Durante o Inverno, para aqui ficávamos sem luz, sem polícia, sem limpeza, como isto fosse um burgo reles e podre; as nossas ruas cheias de covas chegaram quase a dissolver-se em areias; as suas arborizações estavam reduzidas a meia dúzia de exemplares, raquíticos e enfezados (...), as valetas estavam transformadas em monturos de porcaria e quanto a melhoramentos de abertura e balastramento de ruas era caso para mandar repicar os sinos, quando aparecia uma vereação que se dava à prodigalidade daqui despender alguns centos de mil réis nesses serviços.»

 
Este descontentamento seria de tal forma generalizado, que um grupo de amadores conseguiu, em 1895, um assinalável êxito com a revista teatral "Por um Óculo", da autoria de António Pedro Félix, levada à cena no Teatro Aliança, em que o tema central eram as críticas pela falta de cuidado que o município dedicava à freguesia de Espinho. Não seria, portanto, de estranhar que qualquer tentativa autonomista encontrasse forte receptividade na população, como se vinha a prefigurar com insistência desde a criação da paróquia, nem que a iniciativa partisse de um núcleo claramente liderado pelos dirigentes da Fábrica de Conservas, numa época em que a sociedade portuguesa era mais sensível aos prodígios do desenvolvimento industrial, simbolizado pela máquina a vapor, do que a ancestrais pergaminhos de um qualquer condado, identificado como imagem de um passado retrógrado.

O movimento 
formalizou-se com uma sessão pública no Teatro Aliança, na noite de 5 de Fevereiro de 1899, de onde saiu a comissão promotora da criação do concelho e uma petição aos poderes públicos, subscrita por mais de 800 cidadãos. Os argumentos centravam-se nas qualidades da povoação (condições naturais, importância dos seus edifícios e labor económico) e nas carências motivadas pela ausência de uma política municipal capaz (falta de arruamentos, de escola pública, de polícia, de iluminação e de água potável), solicitando-se que fosse decretado o concelho de Espinho e, por conveniência própria, a anexação das freguesias de Anta, Silvalde, Paramos, Oleiros, Nogueira, Mozelos, Lamas e Paços de Brandão. A comissão promotora era liderada por Augusto Gomes (sócio-gerente da fábrica de conservas) e integrava dois homens de Oleiros: José de Sá Couto Moreira (proprietário abastado e sobrinho do Comendador Sá Couto, que se manteve neutral em virtude das suas ligações com a Feira) e António de Castro Soares (médico conhecido pelas suas qualidades oratórias, que viria a construir casa na esquina das ruas 19 e 16). O peso e a resistência pública da Feira causavam algumas limitações, motivando, por exemplo, que um homem como o Conselheiro Correia Leal, deputado por esse círculo, fosse levado a não tomar posição pública, apesar de todos conhecerem a sua simpatia pelo desejo dos espinhenses, mas a rede de influências era, apesar disso, vasta, pois contava com a facilidade de movimentação de Augusto Gomes e com o apoio do Marquês da Graciosa, titular da Anadia e membro da Câmara dos Pares, frequentador da praia há muitos anos.

As diligências, tomadas em Lisboa, conseguiram reunir o consenso dos dois grandes partidos do sistema constitucional e fazer subir a petição à Câmara dos Deputados. O Partido Regenerador, que estava na oposição, manifestou-se através do seu órgão oficial, o jornal "A Tarde", considerando como legítima "a reclamação daquele laborioso povo". O Partido Progressista, que estava no Governo, começou por se mostrar cauteloso e reticente, mas acabou por tomar a iniciativa, mandatando a sua principal figura parlamentar, Frederico Ressano Garcia, para defender a petição espinhense e o projecto de criação do concelho. No seu discurso, proferido em 28 de Fevereiro, salientou a importância da localidade como praia e sede de uma fábrica de conservas, repisou o argumento da disparidade entre o volume de receitas fiscais gerado e a exiguidade de investimentos públicos realizados, concluindo com um apelo dramático: «Portanto, Espinho está condenado a uma próxima decadência, se não lhe acudirem a tempo!» Nas reuniões seguintes fizeram ouvir-se deputados eleitos pelo círculo da Feira, alertando para os perigos da decisão ou alegando que Espinho não dispunha de recursos próprios para sobreviver, e respostas em sua defesa, como no caso do deputado Adriano Antero, que leu uma representação da Associação Industrial Portuense onde se afirmava: «É de sobejo conhecida a importância industrial de que já goza actualmente Espinho e fácil é de prever o grau de desenvolvimento fabril que ainda pode atingir, caso lhe seja concedida a autonomia administrativa que ambiciona». O objectivo começava a concretizar-se, ainda que sem ver cumpridos todos os requisitos, pois não foi prevista a inclusão de oito freguesias da Feira no novo concelho, conforme constava da petição, limitando-o territorialmente à sua freguesia originária.

Em 11 de Julho, o projecto foi levado à Câmara dos Deputados, para ser votado, tendo por base um relatório elaborado pela comissão de administração pública, com parecer inequívoco: «É incontestável que aquela importante estação balnear tem, como poucas localidades, todas as condições de vida autónoma e até superiores a grande número de concelhos existentes.» O Presidente pôs o assunto à discussão e, após uma pausa, constatando o silêncio, concluiu: «Como ninguém pede a palavra, considera-se aprovado.» Seguindo os trâmites, o projecto subiu à Câmara dos Pares, onde tinham assento figuras destacadas do regime monárquico, não suscitando qualquer oposição. O relatório da respectiva comissão, a que pertencia o Marquês da Graciosa, era cautelosamente favorável: «Da criação deste concelho resulta, é verdade, um pequeno aumento de despesas públicas, mas, por tal motivo, não deve recusar-se àquela florescente povoação a autonomia administrativa, que tenazmente deseja e reclama.» Em 17 de Agosto, a lei foi promulgada pelo Rei D. Carlos e publicada uma semana depois, sendo decretada em Setembro a constituição de comissões para gerirem os municípios, até à realização de eleições. O Governador Civil de Aveiro nomeou Augusto Gomes para o cargo de Administrador do concelho, figura que representava o Governo a nível local e exercia poderes em matéria de ordem pública, instalando-se a Câmara Municipal, no dia 21 de Setembro, num edifício sito na actual Rua 19, entre as ruas 16 e 18. A comissão administrativa era presidida pelo médico Castro Soares e integrava quatro vereadores, conhecidos e activos proprietários residentes em Espinho. Em 13 de Novembro, estes elementos seriam reconduzidos nos cargos, em resultado de uma eleição sem concorrência.
A equipa responsável pelos primeiros passos da gestão municipal, representava as dinâmicas sociais vigentes e era composta por personalidades marcantes, que continuaram a influenciar a vida da comunidade nos anos seguintes: 

Augusto Gomes- Nascido em Ovar, emigrou jovem para o Brasil e regressou com capital suficiente para ajudar a fundar, em Espinho, uma fábrica de conservas, onde assumiu a responsabilidade pelo sector comercial e se afirmou como o seu rosto mais marcante. Liderou o movimento para a autonomia do concelho, usando-se do peso que a sua empresa detinha no panorama nacional, como uma das principais exportadoras do ramo. Depois do cargo de Administrador, nunca mais voltou a exercer funções públicas, mas era o chefe incontestado do chamado Grupo da Fábrica, que congregava as forças políticas de cariz conservador. Faleceu em 1924, quando se preparava para instalar em Vigo uma filial da empresa e o município era governado pelas forças de esquerda, lideradas pelo Partido Democrático. 

António Castro Soares- Médico, natural de S. Paio de Oleiros, radicou-se em Espinho, onde exerceu as funções de Delegado de Saúde, mas foi no campo político que demonstrou notórias qualidades. Depois de ter presidido à primeira Câmara, voltou a desempenhar o cargo em 1908, mantendo-se até à implantação da República. Continuou ligado ao Grupo da Fábrica, em nome do qual presidiu ao Senado Municipal (1916/1919), mas aceitou integrar, em 1925, uma lista do Partido Democrático. Foi designado para liderar a comissão administrativa, após o golpe militar de 1926, na altura em que se decretou o alargamento do concelho, sendo substituído pouco depois. Durante o Estado Novo não assumiu posições políticas, mas continuou a usar o prestígio conquistado, como orador fluente e gerador de consensos, na presidência de assembleias-gerais de colectividades espinhenses, até ao seu falecimento em 1938. 
Henrique Brandão - Sócio da fábrica de conservas, com a área fabril sob sua alçada, tinha pertencido à comissão de melhoramentos que promoveu a construção da Praça de Touros. Em 1902 presidiu à Junta de Paróquia, que iniciou as obras da actual Igreja Matriz, e regressou, em 1905, à Câmara, como seu presidente. Com a implantação da República afastou-se da cena política, abandonando a direcção da empresa quando os seus sócios desapareceram, remetendo-se a uma vida recatada até ao seu falecimento, em 1935. 
José Pires de Resende - Natural de Válega (Ovar), fixou-se em Espinho, como farmacêutico, tendo sido presidente da Confraria que antecedeu a  Irmandade de N.ª S.ª da Ajuda, e  um dos principais inspiradores da independência paroquial. Participou activamente na vida associativa e na fundação de agremiações, fazendo parte da comissão que organizou a primeira feira Em 1899, era vereador da Câmara da Vila da  Feira, em representação de Espinho. Manteve-se na vida política fiel ao Grupo da Fábrica, integrando várias vereações (1902/1905, 1908/1910, 1914/1915).
João  da Silva Guetim - Natural de Guetim, regressou do Brasil com fortuna considerável, sendo um dos cidadãos que emprestou dinheiro para a compra dos terrenos do Cemitério. Manteve-se na segunda vereação (1902/1905), presidida pelo médico Joaquim Pinto Coelho, acompanhando-o, após a implantação da República, em várias comissões administrativas dirigidas pelo Partido Democrático (1912/1916).
António de Oliveira Salvador - Negociante e proprietário, era irmão mais velho do médico José Salvador, figura marcante da segunda metade da I República. Foi um dos promotores da criação da feira e de um movimento associativo de comerciantes, bem como Comandante dos Bombeiros Voluntários de Espinho. Fez, igualmente, parte da segunda vereação (1902/1905) e regressou à vida política como administrador do jornal "Gazeta de Espinho", dirigente do Centro Republicano Democrático e vereador desse grupo, ao lado de Pinto Coelho ou do seu irmão (1915/1916, 1919/1922).
O primeiro executivo avançou com iniciativas que promoveram o desenvolvimento da povoação: arborizou e limpou ruas; aplicou novas regras de higiene e salubridade; iniciou o abastecimento de água (através de fontanários) e a iluminação pública regular; recuperou a escola primária Conde Ferreira (na actual rua 23); aprovou uma nova planta topográfica, elaborada pelo Eng. Bandeira Neiva, que orientou, em grande parte, o crescimento urbano nas décadas seguintes.
No entanto, a Feira mostrava-se inconformada com a situação, pretendendo que o concelho de Espinho fosse reintegrado na sua esfera administrativa, pelo que apresentou, em 25/4/1901, um projecto de lei para a sua extinção, alegando-se que este era "microscópico", "povoado por pescadores e poucas famílias", "com vestígios do seu primitivo carácter". Em resposta, a Câmara Municipal enviou aos poderes públicos um enérgico protesto, em que procurou desmontar, com números e factos, esses argumentos. O Centro Comercial do Porto e a Associação Industrial Portuense (agremiações que mantinham um bom relacionamento com a "Brandão, Gomes") fizeram chegar à Câmara de Deputados petições de defesa da causa espinhense: «Tirar a um povo o direito da emancipação, quando esse povo prova irrefutavelmente que tem elementos de vida independente, é sem dúvida um acto pouco razoável e justo.»
Este processo de luta, contra a tentativa de extinção, teve a virtude de dar origem ao primeiro órgão da imprensa escrita local e de revelar o seu fundador como uma das personalidades mais marcantes dos primeiros anos do concelho. Confirmada a necessidade em se dispor de meios próprios de divulgação das causas autonomistas, surgiu, em 6 de Janeiro de 1901, o semanário [A Gazeta de Espinho],  que viria a constituir-se como uma tribuna privilegiada de informação e de debate, com uma presença regular (apesar de alguns hiatos circunstanciais) ao longo de trinta anos. 
O seu primeiro animador não se quedou pelas lides jornalísticas e desempenhou um papel de realce na vida local. Natural de Mozelos e antigo vereador na Feira, o médico Joaquim Pinto Coelho radicou-se em Espinho e aderiu, desde o início, à sua causa, sendo eleito, sem concorrência, como presidente da segunda vereação (1902/1905), período em que se concretizaram uma série de projectos: concessão do fornecimento de energia eléctrica a uma empresa espanhola, início de um serviço público de higiene e limpeza, construção de uma nova escola primária (que ainda funciona, próxima dos Paços do Concelho), etc. Concluído o mandato, entrou em confronto com o denominado Grupo da Fábrica, filiando-se pouco tempo depois no Partido Republicano, força que passaria a liderar em Espinho e ao serviço da qual exerceria, durante a I República, os cargos de Administrador do Concelho e de Presidente da Câmara. Conhecido, popularmente, como o "médico dos pobres", empenhou-se no combate à epidemia do tifo, da qual foi vítima em 1917. O projecto de extinção acabou, naturalmente, por abortar, atenuando-se os antagonismos entre as duas localidades, apesar de Espinho continuar, por muitos anos, ligado ao concelho de origem pela via judicial, como parte integrante da comarca da Feira, já que nesse campo a autonomia, apesar das múltiplas diligências levadas a cabo, mostrou-se muito mais custosa, apenas se concretizando em 1973, nos últimos tempos do Estado Novo.
Carlos Morais Gaio 

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Eventos

  • Feira semanal: É a maior feira semanal do país (e possivelmente da península ibérica), realizando-se todas as segundas-feiras, exceptuando alterações devidas a feriados. A realização da feira ocupa uma grande extensão da Avenida 24, desde o centro da cidade à freguesia de Silvalde, podendo-se aí encontrar uma grande variedade de produtos. São bem característicos da feira de Espinho a venda dos legumes e frutos de pequenos agricultores da zona, a venda do peixe pelas vareiras e o comércio dos ciganos, a que se juntam os tradicionais pregões.
  • CINANIMA : Festival Internacional de Cinema de Animação tem lugar todos os anos em Espinho, normalmente no mês de Novembro. O CINANIMA é um importante festival do cinema de animação a nível mundial. É organizado pela Cooperativa de Acção Cultural Nascente e pela Câmara Municipal de Espinho.
  • Festival de Música de Espinho: Criado em 1974, este festival de música clássica é organizado anualmente pela Academia de Música de Espinho com o apoio da Câmara Municipal.
  • Auditório de Espinho: Sala de concertos, teatro e dança e novo circo que faz parte da Academia de Espinho. Com uma programação mensal que aposta na variedade, inovação e qualidade. O AdE pretende assegurar anualmente uma produção cultural regular, que assente em produções próprias, co-produções e acolhimentos nos domínios musical, teatral, da dança e novo circo.
Centro Multimeios de Espinho.
  • Centro Multimeios de Espinho: Variados eventos culturais têm lugar no Centro Multimeios de Espinho, incluindo o CINANIMA, assim como outras iniciativas do concelho. As pessoas interessadas em astronomia poderão assistir sessões no planetário, visitar a cosmoteca (biblioteca de astronomia) e participar em observações astronómicas que ocorrem regularmente.
  • Etapas dos circuitos mundiais de Surf e Vólei de Praia acontecem no Verão.
  • Festas populares: São João, São Pedro, São Martinho, Nossa Sra. do Mar, Nossa Sra. das Dores, Nossa Senhora da Ajuda).
  • Encontro de Homens-Estátua: Anualmente realiza-se no parque da cidade um dos maiores eventos deste tipo na Europa.
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